Entrevista a Daniel Bryan

por Morishima Seg Ago 15, 2011 5:42 pm

As estrelas da WWE regressam a Portugal no próximo dia 13 de novembro, para um espetáculo no Pavilhão Atlântico.

Record esteve à conversa com o vencedor do combate “Money In the Bank” do Smackdown, Daniel Bryan, diretamente de Las Vegas e que nos confidenciou que não tem televisão em casa...

Antes de mais, parabéns por venceres o combate de escadote MITB. Qual foi a sensação quando tiraste seguraste na mala?

DB – Para mim foi o maior feito da minha carreira. Ganhar esta mala é extraordinário pois posso usá-la por uma oportunidade pelo título de campeão, em qualquer lugar durante o próximo ano. Eu disse deste que cheguei à WWE que o meu objetivo era estar no combate principal do Wrestlemania, ter ganho o combate MITB dá-me essa oportunidade e é isso que vou fazer no próximo ano.

E tens algum adversário que gostasses de enfrentar no Wrestlemania XXVIII?

DB – No meu mundo perfeito há três adversários que gostava de enfrentar, sendo que há dois que, posso garantir, vai ser quase impossível: o primeiro seria Shawn Michaels, mas ele não vai sair da reforma. (risos) O segundo seria William Regal, mas ele está inativo enquanto lutador e está dedicado aos comentários. No entanto, se ele voltasse a competir e ganhasse o título de pesos-pesados, seria espetacular.

O terceiro, e este é possível, seria o CM Punk. Nós temos uma longa história no circuito independente e seria muito porreiro enfrentarmo-nos no Wrestlemania.

Tu estiveste para combater no Wrestlemania XXVII, no entanto o teu combate – com Sheamus – foi mudado para antes do evento começar a ser transmitido. Ficaste muito desiludido?

DB – Claro que fiquei! Fiquei muito desiludido. No ano passado comecei na WWE no programa NXT, e vimos o Wrestlemania nos bastidores e o objetivo era estar no evento deste ano, infelizmente e apesar de ter trabalhado muito para merecer o lugar não foi possível por restrições de tempo. Por isso espero que no próximo ano consiga, porque iria odiar ter que usar a mala do MITB no “pre-show” do Wrestlemania! (risos)

Tu participaste na primeira temporada do NXT, e tiveste o The Miz como mentor. O que aprendeste com o The Miz – e não estou a falar de técnica, por ai sabemos que és melhor!

DB – O The Miz tem muitas qualidades, e uma delas é ele quer ser o melhor possível. Ele não fica satisfeito se as coisas são medíocres ou boas, ele quer que as coisas sejam espetaculares (“awesome”) como ele gosta de dizer. Se são ou não, é outra questão! (risos)

Há muitas pessoas que não gostam do The Miz enquanto pessoa, e há razões para tal, no entanto ele é muito, muito trabalhador. Atualmente só há duas superstars que dão tudo por tudo pela companhia a nível de promoção: o The Miz e o John Cena. O The Miz nunca nega uma entrevista. Nunca!

O objetivo dele é promover-se, e por isso dá sempre 100% em tudo o que faz. No caso do NXT, enquanto para uns era mais um dia de trabalho, para o The Miz foi mais uma maneira par ele se promover e ele queria realmente lá estar. E isso acabou por passar um pouco para mim.

Li recentemente no teu Twitter que estavas a aprender novos golpes de submissão. Quando podemos começar a vê-los?

DB – se tudo correr bem, nos próximos meses no Smackdown. Eu já sei algumas submissões, e tenho estado a treinar muito com o Neil Melanson, que é um dos instrutores no ginásio Xtreme Couture em Las Vegas. Por exemplo, tenho usado recentemente a guilhotina – apesar dos comentadores não se referirem ao golpe como tal. Para além do LeBell Lock, vou começar a usar mais heel hooks e knee bars, porque não quero ficar limitado a apenas um golpe de submissão.

Tal como o The Miz, se quiser ser bom em submissões tenho de ser o melhor e não me posso restringir a apenas uma, tenho de ter muitas!

Quando começaste na WWE no NXT, lembro-me do Michael chamar-te muita coisa e de afirmar que não tinhas televisão, que eras um “nerd” e que lias muitos livros. Tenho a certeza que vês televisão, talvez não muito mas vês certo?

DB – Bem... na verdade, eu não tenho uma televisão em casa! E isso uma das poucas coisas que o Michael Cole disse e que tinha razão. Mas a razão para não ter uma televisão é simples: hoje em dia consegue-se encontrar tudo na internet.

Por exemplo a programação da WWE pode ser vista com qualidade na internet, mas caso, e por alguma razão, não consiga por exemplo, logo a seguir ao fim do “Money in the Bank” a produção deu-me um DVD com o espetáculo para ver.

Outra razão, é porque não quero “entupir” a minha mente com coisas sem interesse. Nada contra as pessoas que querem ver um programa, e até há boa televisão para ser vista mas, por exemplo, se passas duas horas a ver o Smackdown e depois deixas a televisão ligada e ficas ali a ver o que se segue sem realmente teres interesse nisso, acabas por perder tempo na tua vida. Pelo que sabemos, só vivemos uma vez, certo? Por isso, eu não quero passar o meu tempo em frente a uma caixa.

Por isso eu não percebo muito bem a parte em que o Michael Cole chama-me “nerd”, porque até sou uma pessoa muito ativa! (risos) É certo que gosto de ler muito, mas quando estou em casa, regra geral vou sempre treinar, saio com os meus amigos e vou ao cinema... por isso não percebo bem a ideia do Michael Cole.

Bem, agora fazes-me sentir culpado por ver televisão!

DB – (risos) Não há nada de errado em passar o tempo a ver televisão, eu pura e simplesmente, não quero perder tempo da minha vida a fazer isso. Eu não quero dizer às pessoas o que devem fazer, por exemplo, recentemente a HBO lançou uma série de televisão “Game of Thrones”, que eu já tinha lido os livros, mas fiquei um pouco de pé atrás, porque as adaptações de livro para televisão nunca são boas. Mas quando um amigo me disse que a série era espetacular, fiz um esforço e vi a série na televisão e adorei... mas não perdi mais tempo a ver televisão! (risos)

Tu és vegano. Com o estilo de vida que uma Superstar da WWE leva, é difícil para ti manter esse tipo de alimentação e vida?

DB – É e não é! A parte mais difícil é que passamos muito tempo na estrada, e muitas vezes andamos muito tarde na rua, e é complicado encontrar restaurantes veganos abertos. Por exemplo, nos Estados Unidos temos um restaurante intitulado “Taco Bell” – que basicamente serve péssima comida mexicana – mas têm um prato vegano. E às vezes não tenho outra hipótese senão comer esse prato que, regra geral, é horroroso! (risos)

Atualmente já há mais restaurantes preocupados com esse tipo de pratos, mas quando estamos em cidades pequenas é difícil. Por isso, muitas vezes, tenho de andar com comida, tipo fruta e batidos de proteínas.